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\u201cEm seu primeiro romance, Cezar Tridapalli demonstra dom\u00ednio da linguagem desse g\u00eanero t\u00e3o condenado ao desaparecimento quanto resistente h\u00e1 dois s\u00e9culos. Produz uma obra que, n\u00e3o poderia ser diferente a essa altura, brinca com a metalinguagem \u2013 o romance, por assim dizer, escreve a si pr\u00f3prio enquanto o lemos \u2013 e faz alus\u00f5es a outros romances, como no uso inspirado do cl\u00e1ssico\u00a0O Deserto dos T\u00e1rtaros<\/em>, de Dino Buzzati. Mas n\u00e3o se furta a certo realismo, aparentemente um tra\u00e7o anacr\u00f4nico, dados todos os experimentos formais a que se entregaram e se entregam os romancistas contempor\u00e2neos. O realismo de\u00a0Pequena Biografia de Desejos<\/em> \u00e9, no entanto, um de seus trunfos: um protagonista atra\u00eddo (apesar de tudo, de seu hist\u00f3rico semiletrado, principalmente) pela literatura; uma cidade, Curitiba, viva em suas ruas e pr\u00e9dios de classe m\u00e9dia e \u00f4nibus urbanos e bairros perif\u00e9ricos; um caso de amor inating\u00edvel e irrealizado. Enfim, o que de melhor nos foi legado pelos cl\u00e1ssicos do g\u00eanero, mas com um charme fino, muito contempor\u00e2neo, na descri\u00e7\u00e3o dos personagens, que inclui at\u00e9 mesmo suas prefer\u00eancias futebol\u00edsticas, aqui e na It\u00e1lia \u2013 tamb\u00e9m a \u201cterra natal\u201d desses mesmos personagens. E\u00a0a refer\u00eancia a Buzzati, somada a outra inspirada cita\u00e7\u00e3o, na ep\u00edgrafe, a Alessandro Baricco, n\u00e3o deixa d\u00favidas sobre a filia\u00e7\u00e3o liter\u00e1ria do autor, ele pr\u00f3prio tradutor do italiano; agora, tamb\u00e9m um promissor romancista estreante\u201d.<\/p>\n