Estrangeiros residentes: uma filosofia da migração é a terceira obra de di Cesare no Brasil. A autora, que é professora de Filosofia Teorética na Univerisade La Sapienza em Roma, estreou no país com Terror e modernidade, na tradução de André Cotta. Em 2020, foi a vez de Vírus soberano?, com tradução de Davi Pessoa e deste Estrangeiro residente, agora com tradução de Cezar Tridapalli. Todos publicados pela Editora Âyiné. Trata-se de um livro de conteúdo denso, mas claro, como é característica dos melhores livros. É leitura fundamental para quem quer entender a história das migrações, diacrônica e sincronicamente. Entendendo a história das migrações, entendemos boa parte da história do mundo. A sinopse:
Na paisagem política contemporânea, em que ainda há o domínio do Estado-nação, o migrante é o indesejado, sempre acusado de estar fora de seu lugar, de ocupar o lugar de outro. No entanto, não existe nenhum direito sobre o território que possa justificar a política soberanista que fundamenta a recusa de sua entrada. Dentro de uma ética que aspira à justiça global, Donatella Di Cesare reflete – com clareza de conceitos e um estilo por vezes narrativo – sobre o significado último do migrar, dando provas também aqui de saber chegar direto ao centro da questão. Habitar e migrar não se contrapõem, como crê o senso comum, ainda preso aos velhos fantasmas do jus sanguinis e do jus soli. Em cada migrante deve-se reconhecer, em vez disso, a figura do “estrangeiro residente”, o verdadeiro protagonista do livro. Atenas, Roma, Jerusalém são os modelos de cidade examinados, em um esplêndido afresco, para colocar em questão o tema crucial e atual da cidadania. Na nova era dos muros, em um mundo repleto de campos de internamento para estrangeiros, que a Europa pretende manter à sua porta, Di Cesare defende uma política da hospitalidade, apartada da ideia de residência, e propõe um novo sentido do coabitar.
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