O site Roteiros Literários, da jornalista Andréia Martins, fez uma matéria muito bacana sobre os roteiros literários possíveis nos romances Pequena biografia de desejos e O beijo de Schiller. Ironia: uma foto do Couto Pereira na matéria sobre um autor atleticano!
Abaixo, um pouco do que saiu lá. Para conferir na íntegra, inclusive com um mapa dos roteiros mencionados, acesse o site http://roteirosliterarios.com.br/3-lugares-cezar-tridapalli/.
3 LUGARES: CEZAR TRIDAPALLI
O escritor curitibano Cezar Tridapalli nasceu em 1974, e como ele mesmo diz, “num bairro discreto – Vila Hauer – de uma discreta capital brasileira, Curitiba. Hoje a Vila Hauer virou só Hauer e Curitiba tenta ser gente grande. Anda fazendo até calor de 33 graus, o que mostra que a cidade está alinhada aos principais avanços mundiais, como o aquecimento global, por exemplo”.
Convidamos o autor para participar da coluna “3 Lugares”. Nela, escritores comentam sobre lugares que inspiram suas histórias, sua escrita ou que tenham sido marcantes para eles, de alguma forma.
Tridapalli optou por contar que lugares de sua cidade natal — berço de nomes como Dalton Trevisan, Paulo Leminski Alice Ruiz, e outros escritores — ele trouxe para seus dois primeiros romances: Pequena biografia de desejos (2011) e O beijo de Schiller (2012), livro que venceu o Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura 2013. Pronto para uma voltinha por Curitiba?
“Embora eu seja um viajante contumaz e apaixonado, tenho raízes muito fortes que me grudam à cidade em que nasci: Curitiba. Pensando em meus dois romances, e embora não sejam autoficções, eu me valho dos espaços que mais conheço. Nascido na Vila Hauer, meu conhecimento do bairro vizinho – bem mais populoso e famoso –, o Boqueirão, me fez colocá-lo em meu primeiro livro, o Pequena biografia de desejos.
O jeito das ruas do bairro, seu cemitério, sua origem alemã com a posterior miscigenação têm um aspecto que me ajudava a criar certo contraste com o outro cenário no qual o romance se passa: a região do Alto da Glória, a Igreja do Perpétuo Socorro, o Estádio Couto Pereira – embora eu seja torcedor do Atlético Paranaense. O protagonista faz esse movimento pendular entre as duas regiões da cidade, muito embora transite por outros espaços, como a Biblioteca Pública do Paraná, com seu oceano de livros.
No segundo romance, o espaço mais evidente é a Rua Schiller, que corta os bairros Alto da XV e o Juvevê. Não à toa, o livro se chama O beijo de Schiller, seja por causa do filósofo alemão Friedrich Schiller (1759 – 1805), seja, então, pela Rua Schiller, onde o protagonista Emílio Meister mora e faz suas caminhadas (detalhe: acompanhado de seu sequestrador!). A rua tem um charme muito próprio, parece um oásis em meio à feiura da nossa urbanização sem critérios.
A rua, sobretudo entre a XV de Novembro e a Dr. Goulin, é realmente especial. Muitas coisas acontecem ali ao longo do romance, inclusive uma cena meio insólita que dá título ao livro. Além da Schiller, eu ainda destacaria o Passeio Público, mas há outros percursos que os personagens fazem, recortando Curitiba com suas andanças e confabulações”.
PARA LER
- Pequena biografia de desejos, de Cezar Tridapalli (7Letras, 2011)
- O beijo de Schiller, de Cezar Tridapalli (Arte & Letra 2012)
**Veja mais do trabalho do ilustrador Fabiano Vianna
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