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Cezar Tridapalli traduz Rossana Campo para o Brasil

 

A Editora Âyiné já anunciou a chegada do romance Onde você vai encontrar um outro pai como o meu, da escritora italiana Rossana Campo. Nas palavras da própria editora:

“Neste romance autobiográfico, vencedor dos prestigiosos prêmios italianos Strega Giovani e Elsa Morante de 2016, Rossana Campo investiga memórias de infância e a construção de sua identidade a partir da figura carismática, mas difícil, de seu pai.

À medida que traça um retrato de Renato, resgatando seu jeito de falar e humor, sua ancestralidade e episódios de passeios cheios de cumplicidade, assim como as ausências dolorosas do pai, a escritora se debate com as ambiguidades dele e com a dificuldade em costurar esta narrativa complexa.

Campo passeia pela história e por questões sociais italianas, ao mesmo tempo que indaga a psicanálise e a própria literatura neste romance afetuoso, comovente e pontuado pelo humor característico de Renato e Rossana.”

 

Rossana Campo (1963) nasceu em Gênova, na Itália, e vive entre Roma e Paris. Estreou como escritora com o romance In principio erano le mutande [No início, eram as cuecas], de 1992, e desde então já publicou mais 19 títulos. A escrita autobiográfica é uma marca de sua obra.

 

Eis, abaixo, um trecho da tradução para o Brasil, dessa obra que faz ao mesmo tempo rir e chorar e toca de uma forma tão sensível as heranças e dívidas simbólicas recebidas de nossos antepassados:

“Assim, a imagem de um Renato divertido, engraçado e nada convencional passa a se misturar a outra série de recordações, em que ele aparece totalmente diferente, recordações muito doídas para mim, que eu penei para manter junto das outras, dos momentos de alegria e de caos total que eu vivia com ele. Sempre lutei ao longo dos anos para manter tudo junto, para dizer a mim mesma que o belo e o terrível podem sair da mesma pessoa, e que essa pessoa não era uma qualquer, mas o meu pai. A certa altura da vida, eu devia ter uns seis ou sete anos, o que equivale a dizer que estávamos no final dos anos 1960 e início dos 70, Renato passou por uma transformação. O mundo começa a desmoronar, os superiores dele não toleram mais seu comportamento, suas esquisitices, sua indisciplina, ele é cortado da corporação e então alguma coisa acontece na cabeça dele, algo que o devasta e que muda para sempre as nossas vidas. Renato começa a beber de um jeito diferente daquele como sempre bebeu, não é mais a dose para festejar qualquer coisa, para fazer farra com os amigos no bar ou nas casas noturnas, não é mais o copo levantado com um sorriso, acompanhando as merdas engraçadas que ele falava para divertir e conquistar todo mundo. Renato começa a beber como se quisesse sumir da face da terra, ou como se quisesse esquecer o mundo, apagar o cérebro, as lembranças, anular tudo. Como se quisesse se matar. E quase consegue, várias vezes. Com acidentes de carro e brigas de bar, de onde sai todo ensanguentado, com hemorragias internas, fígado detonado etc.
Em casa, pratos e copos atirados contra a parede, música a todo o volume ligada de repente na noite alta, ameaças de morte à minha mãe, vibrações péssimas que intoxicam o ar, mil cigarros fumados por raiva, para se destroçar por dentro, e uma fúria que irrompe de supetão, sem aviso, um jeito de implicar com todo mundo por qualquer motivo, é o espetáculo cotidiano do desespero e do ódio de si mesmo que vêm à tona após décadas mascaradas pela alegria exagerada e descompensada, pelo fato de criar confusão sempre e a todo custo, pelas atitudes do macho bufão”.

 

 

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